Lisca foi apresentando como novo treinador do Santos na tarde desta quinta-feira, 21. Após assinar contrato válido até o fim de 2023 e comandar seu primeiro treino, o comandante tratou de exaltar o clube da Baixada Santista, afirmando que trocar o Sport pelo Peixe é uma “evolução” na carreira. “É uma evolução enorme, pela dimensão do Santos, que é mundial. O Santos se confunde com a história do futebol brasileiro. É um orgulho enorme, um momento especial da minha carreira. Tive orgulho de todos os clubes, todos têm sua grandeza. O Sport é gigante também. A evolução é gritante. Tenho certeza de que (um dia) vou sair do Santos, não sei quando, então espero aproveitar ao máximo”, comentou.
A saída de Lisca do Sport, no entanto foi extremamente conturbada. Contratado pelo clube pernambucano há três semanas, o técnico não foi claro ao falar sobre a proposta do Santos e chegou a ser xingado por torcedores do Leão. De acordo com o treinador, a diretoria também negou que ele se despedisse do elenco. “Quero mandar um abraço a todos os jogadores, porque fui proibido de ir lá me despedir. Todos praticamente me ligaram. Durante o jogo, surgiu a notícia de que eu já estava acertado. E como a torcida do Sport gosta muito de mim, ficou revoltada, e reagiu de uma forma que eu não esperava. Esperava que eles cantassem ‘fica, Lisca’, e eles falaram ‘vai, Lisca’. A atitude, como aconteceu, facilitou minha decisão. Eu viria de qualquer jeito, era uma definição minha, mas eu precisava conversar com a diretoria do Sport. Quando chegou tudo aquilo, ficou inviável. Eles queriam que eu ficasse. Eles ficaram chateados. Houve uma situação que saiu do controle. Optei, por gestão de carreira, a dar esse passo, sem desrespeitar o Sport”, declarou.
Já sobre o Santos, Lisca afirmou que o time praiano ainda precisa evoluir em muitos aspectos. “Eu já vinha acompanhando o Santos. Desde aquela outra vez (em que o Santos fez uma proposta, quando ele estava no América-MG), a gente começa a acompanhar mais de perto. Gostei muito do resultado, mas ficou bem claro que não controlamos o jogo. Gosto de jogar futebol zonal. As referências do meu time são bola, espaço, companheiro e adversário. O Santos é muito fixado no adversário, e o adversário às vezes nos manipula. O que vem primeiro? Atacar ou defender? É a mesma história do ovo ou da galinha. Já comecei a introduzir alguns conceitos”, explicou. “Tem muita coisa para trabalhar, e isso me motivou muito para vir para cá. Temos jogadores com potencial, mas não temos uma equipe forte coletivamente. Fomos efetivos (contra o Botafogo) porque temos um centroavante diferenciado (Marcos Leonardo). Quero potencializar as individualidades deles com um coletivo forte. Quero que eles joguem não por intuição, mas por intenção”, completou.