Reunindo diversas estrelas do futebol mundial, a Copa Africana de Nações, principal torneio de seleções da África, começa neste domingo, 9. Ao todo, o torneio reunirá 24 seleções do continente, incluindo figuras constantes em torneios como a Copa do Mundo, como Egito, Nigéria e Camarões. Além de camisas pesadas, a competição juntará diversas estrelas, como Mohamed Salah e Sadio Mané, do Liverpool, Mendy, do Chelsea, e Aubameyang, do Arsenal. Os jogos da primeira fase acontecerão entre os dias 9 e 20 de janeiro, com as duas melhores seleções de cada grupo garantindo vaga nas oitavas de final. Os quatro melhores terceiros colocados também avançam para o mata-mata. A edição deste ano será transmitida pela Band, que comprou os direitos de transmissão, fazendo com que o torneio volte à TV aberta após hiato de 12 anos. Para você entrar no clima, a Jovem Pan preparou um guia com as principais informações sobre o torneio.
Uma das maiores potências do continente africano no esporte, Camarões é o país-sede da atual edição. Esta será a segunda vez na história que a nação da África Central receberá o torneio, 50 anos depois de ter sediado a edição de 1972. Ao todo, cinco cidades camaronesas abrigarão as partidas. Yaoundé, a capital do país, receberá a abertura e a final no estádio Olembe. Além disso, o estádio Ahmadou Ahidjo também será palco de alguns jogos. Além da capital, Douala (com o estádio Japoma), Garoua (Roumdé Adjia), Limbe, (estádio Limbe) e Bafoussam (sede do Kouekong) também vão fazer parte da competição continental.
No Grupo A, a seleção de Camarões é a grande favorita, contando com nomes como Karl Toko Ekambi (Lyon), artilheiro da Liga Europa, com seis gols. A seleção de Burkina Faso, que tenta se firmar entre as grandes do continente, se coloca como principal candidata à segunda vaga do grupo, enquanto que Cabo Verde e Etiópia correm por fora. No Grupo B, o favoritismo fica por conta da seleção do Senegal, que carrega nomes famosos como Mendy (Chelsea), Mané (Liverpool), Koulibaly (Napoli), Gueye (PSG) e Sarr (Watford). Completam o grupo a Guiné, que tem tudo para ficar com a segunda colocação, e os rivais locais Malawi e Zimbábue. Teoricamente, ambas brigarão pela terceira posição na esperança de se classificarem.
No Grupo C, predomina o equilíbrio. Gana e Marrocos, duas seleções com um histórico recente forte, chegam ao torneio buscando renovação e podem não apresentar o futebol esperado. Isso tende a ajudar o Gabão, do experiente e renomado atacante Aubameyang (Arsenal). Comores apresentou bons resultados contra seleções grandes do continente e pode atrapalhar as concorentes. Na chave D, haverá um confronto de gigantes: Egito e Nigéria, duas das melhores seleções e potências históricas do continente. Os egípcios contam com o talento e a fase espetacular de Salah (Liverpool), enquanto os nigerianos possuem um time mais estruturado, o que torna o embate entre as duas equipes imprevisível. Sudão e Guiné-Bissau devem brigar pela terceira posição.
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O Grupo E também colocará frente a frente duas das grandes seleções da atualidade: Argélia e Costa do Marfim. Os argelinos, que contam com Mahrez (Manchester City), defendem de 27 jogos de invencibilidade e se credenciaram como uma das favoritas ao título. Mesmo não estando em seu auge, a Costa do Marfim possui o artilheiro da Champions League, Sébastian Haller (Ajax), que marcou 10 gols em seis jogos no torneio. Guiné-Equatorial e Serra Leoa completam a chave. Por fim, no Grupo F, Tunísia e Mali despontam como favoritas à classificação, com a Gâmbia despontando como principal concorrente ao terceiro lugar. A Mauritânia não deve dar muito trabalho às demais seleções da chave.
A seleção do Egito é a maior vencedora da história, tendo conquistado o título em 7 das 32 edições já realizadas — a última conquista foi em 2010. Camarões (5), Gana (4), Nigéria (3), Argélia, RD Congo e Costa do Marfim (2) completam a lista de países com mais de um título. A seleção de Mahrez, inclusive, é a atual campeã do torneio, tendo conquistado o troféu de 2019 depois de derrotar Senegal na final, por 1 a 0. A maior goleada da história do torneio aconteceu em 1970 e se repetiu em 2012. Primeiro, a Costa do Marfim venceu a Etiópia por 6 a 1. Depis foi a vez de Guiné igualar a marca com um impiedoso triunfo sobre Botsuana.
Principal destaque da Costa do Marfim, Sébastian Haller polemizou nas últimas semanas ao falar sobre o desrespeito da mídia com a Copa Africana de Nações. Durante uma entrevista ao jornal holandês De Telegraaf, o atacante foi questionado se preferia defender sua seleção ou ficar em seu clube durante o período. A pergunta irritou Haller, que disparou contra a mídia e pediu respeito ao torneio. “Esta afirmação mostra o desrespeito pela África. Será que isso alguma vez teria sido apresentado a um jogador europeu para um campeonato da Europa? “, questionou. “Odeio ter que escolher entre meu país e meu clube. Isso é realmente uma m . Eu jogo com o Ajax pelo título, e essas duas partidas são muito importantes, porque influenciam no ranking”, continuou o marfinense, enfatizando que representar seu país “é uma grande honra”.
Outro ponto que pode afetar o decorrer do torneio é a pandemia de Covid-19. Antes mesmo de a bola rolar, algumas seleções já detectaram casos positivos em seus elencos. É o caso de Senegal, que adiou seu embarque para Camarões na quarta-feira, 5. O mesmo aconteceu com as delegações de Cabo Verde e Tunísia. A Costa do Marfim, por sua vez, cancelou uma segunda partida de preparação. A seleção de Burkina Faso, que enfrentará os donos da casa na estreia, deixou três jogadores em isolamento enquanto aguardam os resultados dos testes de Covid-19. É provável que Issoufou Dayo, Dramane Nikiema e Kylian Nikiema não disputarão a partida de abertura. Além disso, um conflito armado entre cidadãos que defendem a criação de um novo Estado chamado Ambazônia e as autoridades camaronesas ameaça a segurança das delegações e dos torcedores nas proximidades da cidade de Limbe, uma das sedes do torneio.