Coco News
Por que é difícil separar sexo e amor?
Em função do ser humano pensar, possuir linguagem, simbologia, moral, religião e ter capacidade de amar, o seu ato sexual não é apenas sexo, sim, é acompanhado por outras coisas...
Seria "simplista" se afirmar que o humano possui uma biologia voltada para o desejo e para o sexo. Mas isso é confrontada com as morais, valores, linguagens, religiões e sistemas políticos.
Entendamos mais sobre os hormônios sexuais.
Os hormônios sexuais são substâncias produzidas nas gônadas, testosterona nos testículos (em indivíduos do gênero masculino) e progesterona e estrógeno nos ovários (em indivíduos do gênero feminino).
Durante a infância esses hormônios são inibidos, tendo sua produção iniciada durante a puberdade, sendo responsável pelo aparecimento das características sexuais secundárias:
Masculinas (13 a 16 anos) ? surgimento de pêlos pelo corpo (na face, na axila e na região pubiana), aumento em tamanho do pênis, espessamento das cordas vocais, iniciação da espermatogênese.
Femininas (12 a 15 anos) ? surgimento de pêlos pelo corpo, desenvolvimento da cintura pélvica (quadril), desenvolvimento dos seios, início do ciclo menstrual e ovogênese.
A produção desses hormônios ocorre devido a estímulos emitidos pelo hipotálamo (região do cérebro com função reguladora de processos metabólicos), liberando fatores hormonais gonadotróficos, com ação na hipófise (glândula do sistema nervoso) que libera FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante), atuando sobre as gônadas.
Nos testículos o FSH estimula as células dos tubos seminíferos a desencadearem o processo de divisão meiótica para produção de espermatozoides, enquanto o LH estimula as células intersticiais na produção de testosterona afirmando os caracteres sexuais secundários.
Nos ovários, o FSH inicia o amadurecimento das células foliculares, estimulando a secreção de estrógeno que prosseguirá com o desenvolvimento do folículo. O LH promove ainda mais a secreção de estrógeno, induzido a ovulação, rompendo o folículo e liberando o ovócito primário.
http://www.mundoeducacao.com/biologia/hormonios-sexuais.htm
Ou seja, nós, humanos, possuímos uma biologia de prazer, instinto e desejos, mas os juízos de valores criam a ideia de bom e ruim, certo e errado, etc., sendo difícil separar sexo e amor?
Primeiro, a maioria das religiões coloca o corpo físico como superficial, e a alma sendo eterna.
Segundo, há algumas religiões que concebem a relação sexual apenas para a procriação.
Terceiro, a família é tida como a base social. Existem outras características que simbolizam ser maiores do que o sexo. Este deve ser conciliado com o amor, passando de geração para geração.
Quarto, a mulher possui mais ou menos, de vinte a trinta vezes menos a quantidade de testosterona que no homem. Por isso que o gênero feminino mistura o sexo com amor, diferente do masculino, que, em sua maioria, no momento do ato, consegue separar... Existem exceções.
Quinto, nas sociedades democráticas, como idealização, as diferenças biológicas entre homens e mulheres não são priorizadas. Todos passam a ter direitos iguais.
Sexto, o humano também é simbólico, social e religioso. Assim, o ato sexual não é só biológico, sim, é unido às outras coisas...
Mas o amor é confrontado pelos desejos, pelos instintos. A civilização, os valores, a religião e a transcendência determinam como deve ser o amor, mas o princípio de prazer não obedece. Eis a contradição e os conflitos.
Conclui-se que, de um lado não haverá essa separação entre sexo e amor, mas de outro lado, sim. "Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa". A consciência é determinada ou treinada, e o desejo, não. Sempre vai haver contradições e conflitos.
Fontes consultadas:
Hormônios Sexuais
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/hormonios-sexuais.htm
Hormônios e reprodução - Hormônios sexuais, menstruação e pílula
Hormônios sexuais, moralidades de gênero e contracepção de emergência no Brasil
http://www.scielo.br/pdf/icse/v22n66/1414-3283-icse-1807-576220170216.pdf
O modelo estrutural de Freud e o cérebro: uma proposta de integração entre a psicanálise e a neurofisiologia
http://www.scielo.br/pdf/rpc/v37n6/a05v37n6.pdf
O Ego e o Id e outros trabalhos (1923-192).
Por André Luiz Alves de Souza
Psicanalista (Atendimento: 73 3294.3505; 99973.6482).
Professor concursado (Prefeitura de Itamaraju).
Psicopedagogo.
Licenciado em Filosofia; bacharelado em Filosofia (3 matérias trancadas).
Formação Clinica em Psicanálise.
Pós-graduado em Psicopedagogia.
Professor convidado de faculdades.
Licenciatura incompleta em Matemática.
Acadêmico de Psicologia da Faculdade Pitágoras.
Críticas, sugestões de temas, títulos e assuntos: [email protected].
