A mulher suspeita de torturar a filha de um ano e cinco meses, na cidade de Amélia Rodrigues, a cerca de 80 km de Salvador, alegou para a polícia que estava estressada quando cometeu o crime. De acordo com a Polícia Civil, a suspeita atacou a menina porque queria que ela parasse de chorar.
O crime ocorreu na terça-feira (19), na localidade da Mata Velha. Conforme o delegado Idelfonso Gomes, que é responsável pelo caso, a suspeita, identificada como Rose Vane Teixeira Bispo, de 25 anos, ainda teria jogado a filha da cama, deu tapas na região do rosto da menina e ainda colocou um sabonete na boca da criança.
De acordo com o delegado, a menina teve uma fissura na testa e ferimentos na boca e no nariz. As agressões foram descobertas depois que a própria suspeita socorreu a menina e a levou para Hospital Municipal Doutor Pedro Américo de Brito.
Segundo o delegado Idelfonso Gomes, a mulher procurou a unidade médica porque, depois das agressões, a garota teve asfixia com o sabonete.
"Ela [suspeita] tentou tirar o sabonete da boca da menina, mas deve ter ficado algo na garganta. Aí, acabou levando para o hospital. A menina já chegou bem roxinha lá", disse o delegado.
Conforme a polícia, os médicos informaram que a menina não morreu por causa da agilidade do socorro prestado pela unidade.
No hospital, de acordo com o delegado, a suspeita disse que a filha foi agredida por alguém que teria invadido a casa dela, enquanto levava a filha mais velha na escola. Contudo, o médico que atendeu a menina suspeitou da versão e chamou o Conselho Tutelar da cidade, que acionou a Polícia Militar.
Os policiais militares encontraram o sabonete usado nas agressões na casa da suspeita. O objeto estava com marcas de sangue vindos da garganta da bebê.
A suspeita se apresentou na delegacia e tentou manter a versão que atestava a inocência dela. No entanto, segundo o delegado Idelfonso Gomes, após três horas de interrogatório, a mulher acabou confessando o crime.
"Primeiro ela [a suspeita] negou. Ela insistiu por mais de três horas de que um estranho entrou na casa, enquanto ela levava a outra filha na escola. Depois, em meio a contradições, ela confessou tudo. Disse que estava estressada, por problemas de ordem emocional e queria que a menina parasse de chorar", contou o delegado Idelfonso Gomes.
Ainda de acordo com o delegado, foi o primeiro caso de agressão registrado contra a suspeita. A mulher tem outra criança e cria um filho do atual companheiro, que mora com eles.
Rose Vane foi liberada após o depoimento. Contudo, foi autuada por crime de tortura e teve a prisão preventiva pedida à Justiça. O mandado de prisão é aguardado pela polícia. A menina foi entregue ao Conselho Tutelar.
Por G1/BA