Quase um mês após ser demitido do Grêmio, Renato Gaúcho falou sobre a saída do clube em que é ídolo e trabalhou por 4 anos e 7 meses, deixando títulos importantes, como o da Copa Libertadores da América, a Copa do Brasil e o Campeonato Gaúcho. Desligado após a eliminação para o Independiente del Valle, na 2ª fase da competição internacional, o técnico afirmou que deixou o cargo por estar descontente com pessoas importantes do Tricolor. “Muitas coisas foram faladas depois que o Grêmio foi eliminado do jogo da pré-Libertadores. Eu estava ainda me recuperando da covid-19 e ouvi certas coisas de uma pessoa. Não vale a pena comentar, mas eu não gostei. Aí eu fui dormir. No dia seguinte, tocou o telefone. Era a minha esposa. E ela falou assim: arruma as malas e vem embora. Todo ciclo tem um início, meio e fim”, disse o técnico, em entrevista ao SporTV que preferiu não revelar nomes.
“E aí me deu um estalo. Realmente, quatro anos e sete meses e eu não vou ficar aqui escutando umas coisas de uma pessoa que não faz nada pelo clube, não entende nada e fala um monte de besteira. Aí minha ficha caiu. E mais ou menos pela 1 hora (da tarde) o presidente me ligou. Eu falei: "presidente, eu sei que vocês estavam em uma reunião, mas, independente da reunião, deixa eu falar uma coisa: eu já arrumei a minha mala'”, contou antes de completar. “Estou indo embora porque eu acho que na vida as pessoas têm que ter respeito pelas outras. Principalmente ídolos. E no momento que você tem uma pessoa no clube que não faz nada, pelo contrário, atrapalha, eu não vou ficar batendo boca com ninguém. Estou de malas prontas. Ninguém vai mudar minha opinião, independente da de vocês. Já marquei minha passagem e estou indo embora. Eu sempre tive uma amizade, uma linha direta com o Romildo (Bolzan Júnior) nesse tempo todo”, concluiu.
Renato, por outro lado, tratou de ressaltar o seu bom relacionamento com Romildo Bolzan Júnior, presidente do Grêmio. “Todas as decisões que eram tomadas eu tomava diretamente com o presidente. Sempre procuramos tomar as melhores decisões para o clube. E foi assim que nesse tempo conquistamos os títulos. Então acho que a maior prova disso é que na véspera da minha viagem, quando já estava recuperado da covid-19, o presidente Romildo foi me visitar no hotel e chorou bastante, eu assinei algumas camisas para ele. Eu chorei também. Até porque não jogamos fora quatro anos e sete meses assim”, finalizou o técnico, que admitiu ter recebido proposta do Santos, mas preferiu recusá-la para descansar.