A criação da Superliga Europeia por parte de 12 dos clubes mais ricos do mundo segue rendendo muita polêmica no Velho Continente. Além da Uefa, Fifa e outras federações se posicionarem veementemente contra a competição e a elitização do futebol, outras figuras importantes do mundo da bola também se mostraram contrárias ao torneio que fará oposição à Liga dos Campeões. Esses foram os casos de Pep Guardiola e Jurgen Klopp, treinadores de Manchester City e Liverpool, respectivamente, duas das agremiações que estão encabeçando o projeto.
“A declaração (do anúncio da criação da Superliga) está lá, mas ninguém dá mais detalhes claramente. Eu adoraria que o presidente (da Superliga) explicasse como tomou essa decisão. Eu apoio meu clube. Amo fazer parte deste clube. Mas também tenho minha opinião. E como eu disse, não tenho todas as informações. Mas se você me perguntar por que essas equipes foram selecionadas para jogar esta competição hipotética no futuro Um esporte não é esporte quando a relação entre esforço e recompensa não existe”, disse Pep Guardiola, nesta terça-feira. “Não é um esporte se o sucesso está garantido ou se não importa quando você perde. Já disse muitas vezes que quero uma Premier League de sucesso, não apenas uma equipe no topo. Eles (criadores da Superliga) precisam esclarecer porque essas equipes estão e outras não, como é o caso do Ajax, que tem quatro títulos da Liga dos Campeões”, completou.
Na segunda-feira, Klopp já havia dito que acreditava ser justo o formato da Superliga, que terá 15 membros fixos e mais cinco clubes, que entrarão no torneio devido ao desempenho esportivo, com critérios ainda desconhecidos. “Quem vai querer ver Liverpool x Real Madrid todo ano? Da maneira como vejo atualmente, a Champions League já é uma superliga, só que você nem sempre enfrenta os mesmos times. Eu espero que nunca aconteça. Tenho 53 anos. Desde que estou no futebol profissional a Liga dos Campeões também está. Meu objetivo sempre foi treinar uma equipe lá. Não tenho problemas com a Champions. Gosto do aspecto competitivo do futebol. Gosto que o West Ham possa jogar a Liga dos Campeões. Não quero porque nós queremos estar lá, mas gosto de saber que eles têm chance. O que posso dizer? Não é fácil”, argumentou.
Já Zinedine Zidane, comandante do Real Madrid, preferiu se esquivar das perguntas sobre a Superliga, que tem o presidente do clube espanhol, Florentino Pérez, como líder do movimento. “Essa é uma pergunta para uma pessoa, o presidente. Estou aqui para o jogo. Todos têm a sua opinião, mas não estou aqui para falar sobre isso. Vou falar sobre o jogo de amanhã, o campeonato, a Champions League – o resto não é meu trabalho. Posso dizer que estou em cima do muro, e tudo bem. Porque o que eu gosto de fazer é treinar, só isso”, disse o francês. “Não falamos sobre esse tipo de coisa no vestiário. Estamos apenas focados no próximo jogo”, complementou.