O ano de 2020 foi, sem dúvidas, muito cruel para a cultura. Devido à pandemia, teatros foram fechados, gravações de novelas, filmes e séries foram interrompidas e diversos artistas ficaram desempregados. Além disso, o ano também foi marcado por inúmeras perdas. Atores, cantores, músicos e outros profissionais da área acabaram encerrando sua história em 2020, ano que vai ficar para a história. A Covid-19 fez várias vítimas no mundo do entretenimento e levou muitos artistas que não estavam com nenhum outro problema de saúde. Também tiveram mortes que pegaram o Brasil e o mundo de surpresa, como a de Naya Rivera, Chadwick Boseman e Tom Veiga. Além do coronavírus, outros artistas partiram após lutarem contra o câncer e também um cantor vítima de um grave acidente de carro.
O cineasta José Mojica Marins, que ficou conhecido como Zé do Caixão, morreu em fevereiro, aos 83 anos. Ele teve uma broncopneumonia e acabou não resistindo. Na arte, ele deixou um verdadeiro legado de filmes nacionais no gênero terror, sendo que suas obras tiveram reconhecimento internacional e chegaram a participar de festivais na Europa.
O sertanejo Henrique sofreu um grave acidente de carro em fevereiro, teve um traumatismo craneano e passou 22 dias internado na UTI até que não resistiu e morreu. Dupla de Netto desde 2016, o artista tinha 22 anos e era agenciado pelo mesmo escritório de Marília Mendonça, Henrique e Juliano e Zé Neto e Cristiano.
Em março, a cantora Adelaide Chiozzo, que ficou conhecida por a ser a intérprete a música Beijinho Doce, morreu no Rio de Janeiro. Ela tinha 88 anos e precisou ser internada após sofrer uma queda em casa. O problema é que a artista acabou pegando uma infecção e não resistiu.
O compositor e escritor Aldir Blanc morreu em abril, aos 73 anos, vítima da Covid-19. A princípio, o artista apresentou uma infecção urinária e pneumonia, mas o quadro evoluiu para uma infecção generalizada e ele acabou falecendo.
O ator Flávio Migliaccio foi encontrado morto em maio pelo caseiro do seu sítio em Rio Bonito, no Rio de Janeiro. Aos 85 anos, o ator cometeu suicídio e deixou uma carta no qual dizia que não aguentava mais e que é muito difícil envelhecer no Brasil. O último trabalho na televisão foi na novela “Órfãos da Terra”, exibida na Globo na faixa das 18h.
Atriz e radialista, Daisy Lúcidi foi uma das artistas vítima da Covid-19. A artista morreu aos 90 anos, em maio, após ficar internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital São Lucas, no Rio de Janeiro, no qual deu entrada no final abril. Daisy estava afastada da TV desde 2014.
Conhecido por interpretar o Zé do Burro no renomado filme nacional “O Pagador de Promessas”, Leonardo Villar morreu, aos 96 anos, em São Paulo, após uma parada cardíaca. Ele foi internado na UTI, em julho, mas em poucos dias acabou falecendo. Além da carreira no cinema, ele também fez novelas na extinta Tupi e na Globo, sendo seu último trabalho em “Passione” (2010).
Uma das mortes mais trágicas do ano foi a da atriz Naya Rivera, que interpretou Santana Lopez no seriado “Glee”. Ela desapareceu no começo de julho após fazer um passeio de barco com o filho de 4 anos no lago Piru. O corpo da atriz foi encontrado cerca de cinco dias depois e as autoridades locais disseram que a artista teria se afogado após salvar seu filho, que estava na água e lutava conta a correnteza.
O caso do ator da Broadway Nick Cordero chamou atenção por ele apresentar diversas complicações após contrair o novo coronavírus. Ele foi internado em março e passou quase quatro meses lutando contra a doença e, nesse período, chegou a ter que amputar uma pena. Aos 41 anos, ele deixou a esposa, Amanda Kloots, e o filho Elvis, de apenas um ano.
O ator Gésio Amadeu morreu em agosto após ter complicações relacionadas à Covid-19. Aos 73 anos, o artista foi internado em junho, mas acabou tendo uma falência múltipla dos órgãos. O veterano ator fez vários trabalhos no teatro e na televisão e ficou conhecido do público infantil por interpretar o Chefe Chico, em “Chiquititas”, do SBT, e o tio Barnabé no “Sítio do Pica Pau Amarelo”, da Globo. Um dos seus trabalhos mais recentes foi na série infanto-juvenil “Bugados”, do canal Gloob.
Também em agosto morreu Chica Xavier, atriz que esteve no elenco de clássicas novelas da TV brasileira como “Sinhá Moça” (1986) e “Renascer” (1993). A artista faleceu, aos 88 anos, no Rio de Janeiro, vítima de um câncer no pulmão. O último trabalho da atriz baiana na televisão foi na novela “Cheias de Charme” (2012), da Globo.
O produtor musical Arnaldo Saccomani, que ficou conhecido como jurado do reality show musical “Ídolos”, morreu no final de agosto, aos 71 anos. Ele vinha lutando nos últimos anos contra a diabetes e também acabou tendo problemas renais. O profissional era conhecido por lançar artistas de sucesso no mercado, como Mamonas Assassinas, Tim Maia, Fábio Jr. e Rita Lee.
Uma das mortes de maior repercussão internacional foi a do ator Chadwick Boseman. O protagonista de “Pantera Negra” tinha 43 anos e lutava contra um câncer no cólon desde 2016, porém não falava do assunto na mídia. Ele morreu sem conseguir gravar a sequência do filme de sucesso da Marvel, que chamou atenção por levar mais representatividade ao cinema e ser indicado ao Oscar, e sem ver a estreia de “A Voz Suprema do Blues”, filme da Netflix, no qual dividiu cena com a atriz Viola Davis e estreou em dezembro.
No início de novembro, o Brasil foi pego de surpresa com a morte de Tom Veiga, interprete de Louro José. O parceiro de Ana Maria Braga tinha 47 anos e foi encontrado morto no início de novembro em sua casa no Rio de Janeiro e, segundo divulgado pelo Instituto Médico Legal, ele foi vítima de um AVC hemorrágico. A apresentadora do “Mais Você” fez questão de apresentar um programa especial após a morte do seu parceiro de mais de 20 anos e emocionou o Brasil por sua força.
A cantora Vanusa também morreu em novembro. Aos 73 anos, ela foi encontrada sem vida na casa de repouso em que vivia no litoral de São Paulo. A morte foi causada por uma insuficiência respiratória. A artista foi diagnosticada com Alzheimer e nos últimos meses vinha enfrentando vários problemas de saúde. Responsável por cantar sucessos como Manhãs de Setembro, Vanusa lançou 23 discos, vendeu mais de três milhões de discos vendidos e recebeu cerca de 200 prêmios.
Dezembro foi um mês de muitas perdas e uma delas foi a de Eduardo Galvão. O ator tinha 58 anos e foi internado após testar positivo para a Covid-19. Ele teve o pulmão comprometido e, mesmo apresentando uma ligeira melhora, acabou não resistindo. O artista participou de inúmeras produções da Globo e da Record e sua morte foi lamentada por inúmeros artistas.
O cantor Paulinho, do grupo Roupa Nova, morreu, aos 68 anos, no Rio de Janeiro. Ele testou positivo para a Covid-19 enquanto se recuperava de um transplante de medula óssea. Em novembro, ele precisou ser internado e, mesmo se recuperando da doença, ele permaneceu no hospital por apresentar complicações relacionadas ao coronavírus e acabou não resistindo.
Outra vítima da Covid-19 foi a atriz Nicette Bruno. A artista morreu aos 87 anos após ser diagnosticada com a doença. Ela estava internada no Rio de Janeiro desde o dia 26 de novembro. Ela precisou ser sedada e dependia de ventilação mecânica para respirar. A veterana atriz da Globo fez inúmeras novelas e é muito lembrada por viver Dona Benta no infantil “Sítio do Picapau Amarelo”. Nicette também brilhou no teatro em diversos espetáculos, como na recente montagem do musical “Pippin”.
Fonte: JP