A noite fria e chuvosa em São Paulo não trouxe sorte para o torcedor tricolor. Jogando no Morumbi, a equipe treinada por Fernando Diniz não conseguiu superar o Mirassol, que mesmo depois de perder 18 jogadores por causa da paralisação causada pela covid-19, venceu por 3 a 2 e se classificou para as semifinais do Campeonato Paulista. Em campo, o time da capital pressionou, mas não conseguiu transformar a posse de bola e o domínio em gols, e foi o primeiro a cair no mata a mata da competição.
O jogo
Se o torcedor esperava um início mais "pegado" do São Paulo no Morumbi, se decepcionou. Apesar de sufocar a saída do Mirassol e ficar com a bola na maior parte do tempo, faltava velocidade para que o Tricolor aproveitasse os espaços deixados pelo time do interior, e transformasse a posse em jogadas de perigo. Nos trinta minutos iniciais, o São Paulo não finalizava, tampouco agredia o adversário.
O Mirassol aproveitou as poucas chances que teve e foi cirúrgico. Aos 19 minutos, Daniel Borges cobrou escanteio na medida para Zé Roberto. Com nome de craque, o atacante teve espaço suficiente para cabecear sozinho, para o chão, no meio da área. A bola quicou e entrou no ângulo de Thiago Volpi.
Minutos depois, aos 31, uma nova falha, desta vez de Juanfran, que não acompanhou a jogada em velocidade, aumentou a vantagem do Mirassol. Juninho teve o campo todo para arrancar em um contra ataque rápido. Cruzou rasteiro na segunda trave para, mais uma vez, Zé Roberto marcar.
Depois de mais de 30 minutos o Tricolor enfim entrou no jogo, e o trio Vitor Bueno, Tchê Tchê e Pablo fizeram a diferença. Aos 35, Kewin fez uma bela defesa após cabeçada de Pablo, mas não conseguiu evitar o gol do atacante no rebote. No minuto seguinte, Tchê Tchê lançou Pablo, que ajeitou de cabeça para Vitor Bueno. O camisa 12 acertou de fora da área, desta vez sem chances para o arqueiro do Mirassol. Nos minutos finais o time era outro, mais ligado e agredindo a defesa adversária.
Pressão sem resultado
O São Paulo tinha a bola nos pés e voltou dos vestiários criando boas oportunidades, mas esbarrava em um Mirassol bem fechado, que saía pouco para o ataque. Diniz optou por trocar Juanfran por Igor Vinícius, e Pato, em noite sem inspiração, deixou o time para dar lugar ao garoto Helinho.
No momento em que o Tricolor parecia dominar a partida, o Mirassol resolveu se arriscar no ataque. Em um cruzamento de Danilo Boza, Thiago Volpi e Arboleda não se entendem. O goleiro afasta mal a bola e Daniel Borges bate de primeira, no cantinho esquerdo do gol são-paulino. O time abusava dos cruzamentos e tentava furar o bloqueio interiorano, que se virava como podia.
Com um semblante preocupado, Diniz ainda lançou mão de Paulinho Boia, que fez uma boa partida contra o Guarani, no último jogo da fase de grupos. Os minutos finais foram novamente de pressão e muitos erros da defesa do Mirassol. Aos 46, Vitor Bueno recebeu sozinho na frente do goleiro Kawan, mas o bandeirinha já marcava corretamente o impedimento.
O Mirassol agora espera os resultados desta noite, e de quinta-feira, para a definição do adversário nas semifinais. O São Paulo volta a campo apenas na semana de 8 de fevereiro, quando começa o Campeonato Brasileiro. Nas redes sociais, os torcedores trataram a derrota como um vexame.
FICHA TÉCNICA
SÃO PAULO 2 X 3 MIRASSOL
SÃO PAULO – Tiago Volpi; Juanfran (Igor Vinícius), Bruno Alves (Everton), Arboleda e Reinaldo; Tchê Tchê (Paulinho Bóia), Daniel Alves e Igor Gomes (Hernanes); Vitor Bueno, Pablo e Alexandre Pato. Técnico: Fernando Diniz.
MIRASSOL – Kewin; Daniel Borges, Danilo Boza, Reniê e Moraes; Alison Silva, Du (Lucas Vital), Kauan (Matheus Rocha) e Juninho (Wellington); Bruno Mota (Vinicius) e Zé Roberto (João Arthur). Técnico: Ricardo Catalá.
GOLS – Zé Roberto, aos 19 do 1º tempo; Zé Roberto, aos 31 do 1º tempo; Pablo, aos 35 do 1º tempo; Vitor Bueno, aos 36 do 1º tempo; Daniel Borges, aos 34 do 2º tempo.
CARTÕES AMARELOS – Bruno Alves e Zé Roberto
ÁRBITRO – Flávio Rodrigues de Souza.
LOCAL – Morumbi, em São Paulo.
Fonte: JP