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Nova defesa diz que entrou com pedido para Flávio Bolsonaro ser ouvido em investigação sobre rachadinhas

Rodrigo Roca assumiu neste fim de semana a defesa de Flávio Bolsonaro. Flavio BolsonaroSaulo Angelo/Futura Press/Estadão ConteúdoA nova defesa do senador Flávio [...]

Por Redação em 22/06/2020 às 22:08:00

Rodrigo Roca assumiu neste fim de semana a defesa de Flávio Bolsonaro. Flavio Bolsonaro

Saulo Angelo/Futura Press/Estadão Conteúdo

A nova defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) afirmou nesta segunda-feira (22) que pediu que ele seja ouvido no inquérito que apura as rachadinhas da Alerj.

"A defesa requereu nesta data a oitiva do Senador Flávio Bolsonaro nos autos do procedimento investigativo, considerando-se que ele nunca havia sido chamado para prestar declarações na condição de investigado nos mais de dez volumes do feito. Com essas declarações e a evolução das investigações a defesa não tem dúvidas de que tudo será esclarecido e a Justiça será feita com o arquivamento dos autos", diz a nota do advogado Rodrigo Roca.

Roca assumiu neste fim de semana a defesa de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no inquérito das rachadinhas, no lugar de Frederick Wassef.

O afastamento de Wassef ocorreu dias após a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio, em um imóvel que pertence ao advogado em Atibaia, no interior de São Paulo.

Queiroz e Flávio são apontados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de participação em um suposto esquema de "rachadinha" na época em que o senador era deputado estadual.

Advogado já defendeu Cabral e general

Roca defenderá Flávio com a advogada Luciana Pires, que já representava o parlamentar. Os advogados Rodrigo Roca Pires e a Luciana Pires são irmãos por parte de pai. Já foram sócios em um escritório, mas Luciana - que é 8 anos mais nova - decidiu abrir o próprio escritório há uns anos, em sociedade com a advogada Juliana Bierrenbach, que defende Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio RJ, na Operação Lava Jato.

Roca foi advogado do ex-governador do Rio Sérgio Cabral até o fim de 2018. Cabral está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, condenado a mais de 200 anos de prisão na Lava Jato.

Rodrigo Roca também representou o general José Antônio Nogueira Belham em 2014, no processo contra cinco militares reformados do Exército pelo homicídio e ocultação de cadáver do ex-deputado Rubens Paiva durante a ditadura militar. De acordo com as investigações do MPF-RJ, a tortura e o assassinato de Rubens Paiva aconteceram dentro do Destacamento de Operações de Informações (DOI). Belham era ex-mandante do DOI.

Rodrigo e Luciana também defenderam, em 2014, o general Nilton Cerqueira, apontado como um dos envolvidos explosão de uma bomba no estacionamento do Riocentro, na Zona Oeste do Rio, na noite de 30 de abril de 1981. A bomba explodiu dentro de um carro no estacionamento e matou o sargento Guilherme Pereira do Rosário. A denúncia foi aceita em primeira instância na Justiça Federal. Atualmente o processo aguarda decisão de instância superior.

No último domingo (21), o senador Flávio Bolsonaro publicou em uma rede social que Wassef não era mais seu advogado.

Movimentação de R$ 1,2 milhão em 2016 e 2017

Queiroz foi assessor e motorista de Flávio Bolsonaro até outubro de 2018, quando foi exonerado. O procedimento investigatório criminal do Ministério Público Estadual do RJ que apura as irregularidades envolvendo Queiroz na Alerj chegou a ser suspenso por decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, após pedidos de Flávio Bolsonaro em 2019.

As investigações envolvem um relatório do Coaf, que apontou operações bancárias suspeitas de 74 servidores e ex-servidores da Alerj. Recursos usados para pagar funcionários na Alerj voltavam para os próprios deputados estaduais.

A movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz ocorreu, segundo as investigações, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, incluindo depósitos e saques.

Fonte: G1