O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Silvio Almeida, repudiou nesta segunda-feira, 26, a "flagrante desproporcionalidade" por parte do governo de Israel na Faixa de Gaza e pediu ao Hamas pela libertação imediata de reféns. O discurso foi realizado na abertura da 55ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Organizações das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça. “Diante desta tribuna, não posso deixar de registrar nossa profunda indignação com o que acontece, neste momento, em Gaza. Já, em mais de uma oportunidade, condenamos os ataques perpetrados pelo Hamas e demandamos a libertação imediata e incondicional de todos os reféns”, iniciou o ministro. “Mas também reitero nosso repúdio à flagrante desproporcionalidade do uso da força por parte do governo de Israel, uma espécie de "punição coletiva", que já ceifou a vida de quase 30 mil palestinos – a maioria deles, mulheres e crianças –, forçadamente deslocou mais de 80% da população de Gaza, e deixou milhares de civis sem acesso a energia elétrica, água potável, alimentos e assistência humanitária básica”, completou.
O chefe da Pasta defendeu a criação de um Estado Palestino como “condição imprescindível” para alcançar a paz entre os povos. “A criação de um Estado Palestino livre e soberano, que conviva com o Estado de Israel, é condição imprescindível para a paz. Consideramos ser dever deste Conselho prestigiar a autodeterminação dos povos, a busca da solução pacífica dos conflitos e se opor de forma veemente a toda forma de neocolonialismo e de Apartheid”, disse Almeida. O ministro afirmou que a conduta de Israel pratica o crime de genocídio e ressaltou esperar que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) reconheça que a ocupação israelense nos territórios palestinos é ‘ilegal e viola as normas internacionais”.
Ele citou a ditadura militar, cujo o golpe de 1964 completa 60 anos em 2024, e enfatizou a importância da defesa permanente da democracia no país e que Brasil se opõe firmemente a toda forma de preconceito. “Nesse contexto, exortamos este Conselho a aprofundar seus trabalhos no campo do combate ao discurso de ódio e à desinformação, que, consistentemente, tem minado não apenas nossas democracias, mas a convivência pacífica no interior de nossas sociedades e entre nossos povos. Por isso, o Brasil entende ser seu dever, mas também deste Conselho, se opor firmemente a toda forma de racismo, sexismo, antissemitismo ou islamofobia”, concluiu Almeida.