O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assinou dois acordos bilaterais com o Egito para facilitar a exportação de carnes e fortalecer a cooperação em ciência e tecnologia. Durante sua visita oficial ao país, Lula propôs elevar as relações entre Brasil e Egito ao nível de parceria estratégica. Em declaração à imprensa, Lula ressaltou a importância de uma relação forte e abrangente entre os dois países, envolvendo diversas áreas como agricultura, defesa, economia, ciência e tecnologia, educação e cultura. O Brasil já possui parceria estratégica com Angola e África do Sul, e agora busca estabelecer o mesmo tipo de relacionamento com o Egito. O país africano se tornou membro do Brics e também participará do G20, a convite do governo brasileiro. Lula destacou a importância de trabalhar em conjunto para promover a reforma da ordem global e construir a paz, especialmente diante das pressões protecionistas e conflitos que afetam os países mais pobres. O presidente também defendeu a discussão sobre a dívida externa dos países africanos.
A visita ao Cairo marca o centenário das relações diplomáticas entre Brasil e Egito. Atualmente, o país africano é o segundo maior parceiro comercial do Brasil no continente, ficando atrás apenas da Argélia. Em 2023, o comércio entre as duas nações alcançou US$ 2,8 bilhões, com destaque para as exportações brasileiras de produtos como peixes, carne de aves, algodão, bananas e gelatina e colágeno. O governo brasileiro espera que as relações bilaterais com o Egito aumente nos próximos anos, especialmente após a abertura do mercado egípcio para diversos produtos brasileiros.
Durante a visita, foi assinado um protocolo para a exportação de carnes e produtos cárneos do Brasil para o Egito. Esse acordo garante segurança alimentar, padrões rigorosos de qualidade e simplifica os trâmites burocráticos para a exportação de carnes bovinas, suínas e de aves. O Egito é um dos principais importadores de carne bovina do Brasil e líder na importação de carne de aves. O protocolo estabelece uma equivalência nos sistemas de inspeção de carnes, refletindo a confiança no controle sanitário brasileiro. Antes desse acordo, a renovação da habilitação de estabelecimentos brasileiros para exportação exigia auditorias presenciais, o que gerava custos elevados e limitava o número de estabelecimentos autorizados a exportar. Além disso, foi assinado um memorando para fortalecer a cooperação em ciência, tecnologia e inovação entre Brasil e Egito. O objetivo é incentivar a colaboração entre empresas, universidades e institutos de pesquisa, por meio de projetos conjuntos, intercâmbios de pessoal e seminários. O acordo busca elevar a cooperação bilateral nessas áreas e promover o desenvolvimento e a inovação científica e tecnológica.
O Egito é hoje o segundo maior parceiro comercial do Brasil na África, com intercâmbio bilateral que chega a 2,8 bilhões de dólares. Nossos países já se beneficiam do Acordo Mercosul-Egito, que entrou em vigor em 2017. Para avançar agora na maior integração entre nossos…
— Lula (@LulaOficial) February 15, 2024
Publicada por Felipe Cerqueira
*Reportagem produzida com auxílio de IA