Prestes a assumir a presidência do G20, o governo brasileiro instalou no Palácio do Planalto a comissão nacional que vai discutir as prioridades do país à frente do principal fórum de cooperação econômico internacional no próximo ano. Além dos ministros do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou os presidentes da Câmara dos Deputados e do STF (Supremo Tribunal Federal), Arthur Lira (PP) e Luís Roberto Barroso, e também o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, para participarem da discussão. Após um longo período de farpas trocadas entre Lula e Campos Neto, agora o presidente espera contar com o apoio do chefe do BC dentro do colegiado. Foi anunciada a criação de forças-tarefas para discutir mudanças climáticas, medidas contra a fome e bioeconomia. Durante o próximo ano, o governo vai insistir também na necessidade de uma reformulação geral dos organismos internacionais. “São os assuntos que nós precisamos parar de fugir, e tentar resolver os problemas. Um deles é a questão da desigualdade, da fome e da pobreza. Não é mais humanamente explicável um mundo tão rico, com tanto dinheiro atravessando o Atlântico e a gente ter tanta gente ainda passando fome”, declarou Lula durante a reunião.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou que serão 15 grupos de trabalho que reúnem todos os setores do governo federal. “A presidência do G20 será ocasião ímpar para projetar uma imagem renovada do Brasil e apresentar visão de liderança, em termos de cooperação internacional e no debate das grandes questões econômicas e sociais. Será, portanto, uma das principais prioridades da política externa brasileira ao longo dos próximos 12 meses”, afirmou o chanceler. A próxima reunião de cúpula entre os presidentes dos países do G20 acontece em novembro de 2024.
*Com informações da repórter Luciana Verdolin