O presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, responsabilizou nesta sexta-feira, 27, os partidos políticos pela falta de representatividade das mulheres no governo e afirmou que essa é uma das principais disposições de seu mandato, mas que a atribuição não depende somente dele. "Lamento profundamente não poder indicar mais mulheres do que homens no governo. Acontece que, quando você estabelece uma aliança com um partido político, nem sempre esse partido tem uma mulher para indicar. Mas isso não quer dizer que eu não possa, no governo, tirar o homem e colocar mulher. Eu ainda posso trocar muita gente, eu só estou com dez meses de mandato, eu posso ter uma maioria de mulher", disse Lula.
O questionamento surgiu após a última mudança do governo, que durante a semana substituiu Maria Rita Serrano por Carlos Antônio Vieira Fernandes da presidência da Caixa Econômica Federal. Anteriormente, Lula já havia trocado Ana Moser do comando do Ministério do Esporte por André Fufuca, além de Daniela Carneiro do Ministério do Turismo por Celso Sabino. "Eu tenho um compromisso programado de indicar mais mulher. Para mim é muito incômodo, eu sofro muito quando tenho que tirar uma figura como a Ana Moser, quando tem que tirar alguém como a Maria Rita, a única que eu não falo muito é a do Turismo, porque ela trocou de partido quando ela não podia ter trocado de partido. Mas, mesmo assim, eu fico chateado", finalizou o presidente. O discurso aconteceu no Palácio do Planalto, em um café da manhã com jornalistas. O presidente, que completou 78 anos hoje, estava acompanhado dos ministros da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, da Secretaria-Geral, Márcio Macedo, das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da primeira-dama, Rosângela da Silva.