O Ministério Público Federal denunciou, nesta quinta-feira (7), 62 pessoas na Operação Câmbio Desligo, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro. Entre os denunciados estão o ex-governador Sérgio Cabral e o doleiro Dario Messer.
O grupo é acusado de formar uma organização criminosa, que promoveu evasão de divisas e lavagem de dinheiro. De acordo com as investigações, o esquema teria começado na década de 1990. Com essa, Sérgio Cabral acumula 23 denúncias na Lava Jato.
Complicada operação
No mês passado, essa mesma operação prendeu 30 pessoas em quatro estados. Os alvos eram doleiros suspeitos de movimentarem R$ 1,6 bilhão em 52 países.
O principal alvo desse desdobramento já era Darío Messer , apontado como o doleiro mais influente do País. Além da Lava Jato , esse mesmo doleiro já foi investigado pelos esquemas do Banestado e do Mensalão.
De acordo com as primeiras informações dos procuradores, os suspeitos da Câmbio Desligo integravam um sistema chamado Bank Drop. Nesse sistema, os doleiros remetiam recursos ao exterior por meio de uma ação conhecida pelo mercado como 'dólar-cabo'.
Esse é um método de enviar dinheiro ao exterior sem passar pelas instituições financeiras reguladas pelo Banco Central.
Para se ter uma ideia do tamanho do esquema, para a movimentação desse valor, três mil empresas offshore foram envolvidas.
Situação de Sérgio Cabral
Considerando ações da Lava Jato e desdobramentos da operação, Cabral já virou réu 22 vezes. Em cinco delas, já foi condenado. Atualmente, ele está preso no Presídio de Bangu, no Rio de Janeiro. Em nenhuma delas, porém, o ex-governador foi absolvido até agora, restando-lhe ainda 17 julgamentos.
Essa já é a 23ª denúncia contra Cabral na Lava Jato. Por enquanto, as penas impostas ao ex-governador chegaram a 100 anos e 8 meses de prisão.
Leia também: Pela 1ª vez, Sérgio Cabral é condenado em segunda instância na Lava Jato
Quatro sentenças de Sérgio Cabral foram assinadas por Bretas. Na primeira, o emedebista foi condenado a 45 anos e 2 meses - a maior pena imposta em primeira instância em processo ligado à operação "Lava Jato". Na segunda, por sua vez, recebeu penalidade de 13 anos, e na terceira, pena de 15 anos.
IG