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Laudo não esclarece se tiro foi acidental ou se jovem cigana foi assassinada

Por site Radar News em 14/07/2023 às 09:13:43

Foto: Divulgaçao internet

O laudo de necropsia revelou que o tiro que matou a adolescente cigana Hyara Flor Santos Alves, de 14 anos, atingiu-a abaixo do queixo. O delegado Robson Andrade, encarregado das investigações, destacou que o exame não conseguiu determinar se o disparo foi acidental, como alegaram os familiares do principal suspeito, o marido da jovem, também de 14 anos. No entanto, observa o delegado, aguarda-se a realização de outros exames complementares pela perícia, incluindo análises na cena do crime, na arma utilizada e em busca de possíveis impressões digitais.

A principal versão até o momento aponta que o próprio esposo de Hyara tenha efetuado o disparo. Os dois haviam celebrando a união numa cerimônia religiosa, em maio deste ano, seguindo a tradição cigana de casamento arranjado. Após o fato, o adolescente fugiu da cidade junto com seu pai, mãe e irmão.

Delegado Robson Andrade, encarregado das investigações

Até a tarde de quarta-feira (12), já haviam sido ouvidas 10 pessoas no decorrer das investigações, que estão em andamento. Com base nas evidências reunidas, o delegado está elaborando o inquérito para encaminhamento ao Ministério Público e ao poder judiciário. Além disso, visando à proteção do suposto autor, foi solicitada sua apreensão, pedido que foi aceito pela Vara da Infância e Juventude.

"Trabalhamos com todas as linhas de investigações. Mas a motivação só saberemos quando ocorrer a apreensão do suposto autor, que é o marido, e a localização do seu pai e outros familiares", disse Robson.

POLÍCIA RASTREOU PARADEIRO DOS SUSPEITOS – O delegado Moisés Damasceno, coordenador regional da Polícia Civil, informou que, no dia seguinte ao homicídio, os investigadores rastrearam o paradeiro da família cigana. Eles chegaram até o endereço de uma prima em Vitória (ES), mas os suspeitos já haviam partido.

Delegado Moisés Damasceno diz que boatos sobre caso Hyara podem desencadear outras tragédias

Segundo Damasceno, a prima confirmou a presença dos suspeitos em sua residência, relatando que eles chegaram por volta das 5h30 da manhã de sexta-feira (07). No entanto, quando tomou conhecimento dos fatos pela internet, pediu que deixassem o local para preservar a segurança dela e de seus familiares.

Os investigadores descobriram que, por volta do meio-dia da sexta-feira, o grupo se deslocou de táxi para a cidade de Cariacica, na Região Metropolitana de Vitória. Os homens já haviam raspado a cabeça para dificultar a identificação.

Em Cariacica, a família procurou abrigo em uma comunidade cigana, porém, foram rejeitados, pois a comunidade já estava ciente do crime ocorrido em Guaratinga.

Até o momento, não há informações atualizadas sobre o paradeiro dos suspeitos, mas os policiais continuam em diligências. A polícia busca esclarecer os eventos ocorridos na residência de Hyara naquele fatídico dia.

BOATOS SOBRE SUPOSTA RECOMPENSA – O delegado Moisés Damasceno também esclareceu um boato que circula nas redes sociais, que afirmava que o pai da jovem assassinada estaria oferecendo uma recompensa de R$ 300 mil pela captura do suposto autor. Entretanto, os familiares negaram veementemente essa informação, ressaltando que não houve tal publicação ou fato. "A propagação de boatos é preocupante, podendo gerar situações mais graves, e a polícia está atenta a essa questão", frisa o delegado Damasceno.

REPERCURSSÃO – O crime despertou grande repercussão em todo o país, com manifestações de repúdio, como a da autora Gloria Perez em seu perfil no Instagram.


Em meio a esse cenário, a polícia apreendeu no local do crime uma pistola calibre .380, juntamente com dois carregadores e munições. Além disso, a polícia intensificou a vigilância nas áreas ciganas para prevenir possíveis represálias entre as famílias.