Vanderlei Luxemburgo foi apresentado oficialmente como novo técnico do Corinthians nesta sexta-feira, 5. Em conversa com a imprensa, o experiente treinador falou sobre o motivo de aceitar retornar ao futebol. Sem comandar uma equipe desde 2021, o técnico chegou a lançar candidatura para o Senado Federal no ano passado e abriu alguns negócios no Tocantins. “Voltei para o Corinthians para conquistar títulos novamente”, resumiu. Luxa está fazendo sua terceira passagem pelo clube do Parque São Jorge. Na coletiva, ele recordou das outras duas vezes em que comandou o Timão. “Em 98 vim e meu objetivo era a seleção brasileira. Eu direcionei para mostrar que eu tinha qualidade para ser técnico da seleção, e o Corinthians me proporcionou isso, até trabalhei nos dois ao mesmo tempo. Em 2001, o Corinthians me abriu as portas, eu vinha de uma CPI, onde perdi o cargo. Já falei, meu problema era com o Imposto de Renda, que eu resolvi. Eu fiz o Refis e fui execrado publicamente, perdi o cargo da seleção”, relembrou.
Classificado como especialistas como um técnico “ultrapassado”, já que teve seu auge no fim da década de 1990 e início dos anos 2000, Luxemburgo rechaçou o rótulo. “O que mudou no futebol? A terminologia? Marcação-pressão, time reativo, sei todos os nomes. Mas temos uma essência. Qual diferença tática? Nenhuma. O que mudou foi estrutura. A modernidade é ter um atleta melhor preparado em campo”, questionou o técnico, bem-humorado. “Eu olho como alguém que sempre modernizou. O Brasil foi campeão do mundo em cima das nossas características, da nossa essência. O europeu tinha medo da gente. A partir do momento que queremos jogar que nem a Europa, ficamos iguais a eles e perdemos a diferença que nos fazia ganhar”, continuou. “A modernidade reside aonde? Na base? Só se preocupar com a tática, esquecendo que o jogador é empírico.”
Em tom de desabafo, o treinador assegurou que está atualizado e deu recado aos que dizem que o Corinthians tê-lo escolhido é um retrocesso. “Muita gente fala que tenho que me atualizar, e estou buscando me atualizar”, sustentou. Ele avalia que o momento de sua carreira, aos 70 anos, é bom, ainda que tenha sido dispensado do Cruzeiro e tenha ficado um ano e meio desempregado. “Entendo que é um momento muito bom do profissional Luxemburgo. A oportunidade de fazer de novo um grande trabalho e ressurgir novamente com o Corinthians, com o Luxemburgo”, acredita. “As pessoas acham que a idade chegou e acabou. Muito pelo contrário, até porque estou bem saudável para buscar as coisas aí”, completou o técnico, a cinco dias de completar 71 anos. Ele contou ter recebido convite de uma seleção, cujo nome não revelou, recentemente. Mas recusou em nome do Corinthians. “Eu preciso do Corinthians e o Corinthians precisa de mim.”