Em alta desde o início dos negócios nesta segunda-feira (2), o dólar à vista ganhou força e renovou sucessivas máximas ao longo da tarde, em meio ao fortalecimento global da moeda após sinais de agravamento das tensões comerciais entre China e Estados Unidos. Com uma arrancada na última hora do pregão, chegou a se aproximar do teto de R$ 4,19, ao correr até máxima de R$ 4,1878, e encerrou a sessão em R$ 4,1828, com alta de 0,97% – o que fez do real a moeda com pior desempenho entre as divisas emergentes e de países exportadores de commodities.
Operadores ressaltam que, com os mercados americanos fechados por conta do feriado nos Estados Unidos (Dia do Trabalho), a liquidez foi reduzida, o que pode abrir espaço para que movimentações especulativas pontuais tenham impacto mais relevante na formação da taxa de câmbio. "Houve uma piora dessa questão da guerra comercial e isso acabou atingindo as moedas emergentes. O Banco Central tem atuado para dar liquidez, mas não dá para saber até onde o dólar pode ir com essa questão externa", afirma Luis Felipe Laudisio, operador de câmbio da Renascença Corretora.
Pela manhã, o ministério do Comércio da China afirmou que vai entrar com processo no mecanismo de resolução de disputas na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o primeiro lote de tarifas dos EUA sobre produtos chineses. Pela tarde, surgiram relatos de que China e Estados Unidos teriam dificuldades em torno da fixação de um calendário para realizar encontros bilaterais em setembro. Isso após Washington rejeitar o pedido de Pequim de adiar tarifas que entrariam em vigor neste fim de semana.
*Com Estadão Conteúdo
JP