O Governo Federal junto à Caixa Econômica anunciou na terça-feira (20) uma mudança no crédito imobiliário que anima o setor. Agora, os compradores terão mais uma opção de financiamento tendo como indexador o IPCA. Para falar sobre as novidades no setor da habitação, o Jornal da Manhã conversou com o presidente do Secovi, Basílio Jafet.
De acordo com Basílio, mesmo com possíveis variações da inflação a novidade é muito positiva. "É uma nova modalidade de crédito oferecida para as famílias que querem adquirir uma habitação própria. E, como existe em países desenvolvidos, o Brasil agora oferece um leque de opções. Cada um escolhe a mais interessante para o seu caso."
O presidente do Secovi deixa claro que a CEF não permitirá a troca de financiamento para casos que já estão em andamento, ou seja, apenas novos compradores terão acesso à nova modalidade. Porém, se bancos privados aderirem, a portabilidade poderá ser feita.
"Se isso acontecer, vai gerar uma competitividade boa. É um mercado colocando oportunidades para todos. Nos EUA a portabilidade é comum e qualquer baixa de juros causa uma tremenda movimentação no mercado imobiliário", completa.
"Bom momento" para o setor
Depois de alguns anos com juros altos e uma situação complicada da economia, a recuperação da confiança dos brasileiros têm mostrado bons resultados. Isso permitiu um primeiro semestre excelente para o setor imobiliário, de acordo com Basílio.
"A cidade de São Paulo é um exemplo. Normalmente, nos primeiros semestres, vendemos 12 mil unidades. Em 2019, esse número foi quase 18 mil", relata. "Esperamos um segundo semestre da mesma maneira. Com bastante oferta, bastante demanda, produzindo excelentes resultados principalmente com as novas medidas do Governo.
Minha Casa, Minha Vida
Recentemente, com a liberação de parte do FGTS para a população, o setor imobiliário ficou preocupado. Isso aconteceu porque programas como o Minha Casa, Minha Vida tem como fonte os recursos do fundo de garantia. "O MCMV é um programa de sucesso e ele apresenta números grandes para qualquer lugar no mundo. Tem dado certo, mas ele só funciona por conta da força de recurso barata."
Basílio chamou a atenção para os repasses de verba que não acontecem há quase dois meses. "Essa é a realidade principalmente no que chamamos de "Faixa 1", onde o subsídio do Governo é grande e explícito. As incorporadoras estão sem receber as parcelas e isso cria situações terríveis porque não tem caixa pra suprir."
Fonte: JP